segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desejo

Quando o desejo chegar!
Jamais fuja da luxúria,
Dos instintos
Da carne,
Que transpira,
Que cheira,
Que estremece,
Causa lassidão,
Tontura.
A beira da loucura,
E da incompreensão.
Timidez esvaída,
Que escorre,
Que se espalha
Pelos lençóis,
Úmidos,
Amarrotados.
Com aroma de maçã,
Do desejo...
E o beijo,
Que vem lento,
Agourento,
Molhado
E suculento,
Que geme,
Que queima,
E queima...
No lamber de pele,
Apimentada,
Doce,
Temperada,
Proibida,
Arrepiada.
E que eriça,
Se unifica,
Que purifica,
Que resvala,
Que intensifica,
Que perfuma.
E descobre, com atração,
Os segredos
Sem traição,
Sem medos,
Com as palmas das mãos
E com as pontas dos dedos,
Respiração,
Batida forte
Do coração...
E geme,
Que se expande,
Que se contrai,
E respira,
E inspira,
E sente...
E sorve,
Saboreia,
Paixão,
Pujante,
Que explora,
Que descobre
Que aflora,
E se abre,
E recebe,
E desejo.
E o beijo,
Que vem atento,
Agourento,
Molhado
E suculento,
Que geme,
Que queima,
Que dói,
E destrói,
Viola...
A volúpia,
Que penetra,
Que aprofunda,
Que aperta,
E geme, 
E acolhe,
Que anseia,
E engole,
E lagrimeja...
Êxtase
Benção
Maldição,
Entrega
E doação,
Músculos
Em brasa
E chamas de satisfação,
Contrai-se,
E goza.
Goza,
E grita,
E foge,
E se entrega
E respira...
Desperta.
E cadente,
Sublime,
E sente,
O momento,
Inocente,
Sem culpa,
Sem perdão,
Sem tempo,
E noção,
De tanto tesão,
E paixão
Limpa,
Sagrada,
Não importa!
Talvez
Profana,
Suja,
E quando o desejo chegar,
Da Luxúria...
Jamais fuja!

 

Diego Paouto
(Trecho de Beregueta e Lafayote)

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