terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Castigo de Luz


O que ocorre quando um ser de pura corrupção é atingido pela Luz Divina? Destruição total? Morte?
Não, as forças se vão... a solidão se aproxima... a vontade de viver se esvai... no fim das contas, a morte teria sido bem melhor.
Mas explicarei melhor a vocês como tudo ocorre, no decorrer deste relato.

A luz limpa, ilumina, empurece tudo que toca... na verdade quase tudo, pois como scrito anteriomente, não sinto nada disso
A luz age de forma diferente em minhas carnes, elas agem como castigos corpóreos...
Muda minh'alma e mente de forma aterradora, me faz perder tudo que sinto e penso

Amigos? Traidores que não vêem a hora de quebrarem minha espinha quando eu der as costas...
Estão comigo não pelo que sou, apenas pela minha força e minha preocupação para com eles...
Bufo e babo como um lobo selvagem enquanto eles passam por mim querendo saber o que sinto, por que estou diferente... "Nada", respondo controlando meus punhos para não irem de encontro aos seus pescoços e serem quebrados como pescoços de galinhas antes de irem para o forno.

Amores? Medos! Não sou nada para eles, apenas escória... Minha presença deve emanar medo a elas, sou um demônio, não tenho a permissão de ser amado por ninguém... Esse é meu peso e devo aceitá-lo de bom grado, apesar de estar sofrendo com isso... Ó, criatura vil e nojenta que sou... aceite o fato e siga teu caminho sozinha! És um ser abismal, e seres assim não merecem amor ou consideção, e muito menos afetos!

Mas aí eu paro... olho em volta... a luz sumiu... e deu lugar às pessoas que amo... Amigos... Amores... todos me levantando alegres, vendo que estou bem... não consigo os manter longe de mim... Eles são as razões de minha vida... E por eles viverei e lutarei até meus últimos dias...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Desejo

Quando o desejo chegar!
Jamais fuja da luxúria,
Dos instintos
Da carne,
Que transpira,
Que cheira,
Que estremece,
Causa lassidão,
Tontura.
A beira da loucura,
E da incompreensão.
Timidez esvaída,
Que escorre,
Que se espalha
Pelos lençóis,
Úmidos,
Amarrotados.
Com aroma de maçã,
Do desejo...
E o beijo,
Que vem lento,
Agourento,
Molhado
E suculento,
Que geme,
Que queima,
E queima...
No lamber de pele,
Apimentada,
Doce,
Temperada,
Proibida,
Arrepiada.
E que eriça,
Se unifica,
Que purifica,
Que resvala,
Que intensifica,
Que perfuma.
E descobre, com atração,
Os segredos
Sem traição,
Sem medos,
Com as palmas das mãos
E com as pontas dos dedos,
Respiração,
Batida forte
Do coração...
E geme,
Que se expande,
Que se contrai,
E respira,
E inspira,
E sente...
E sorve,
Saboreia,
Paixão,
Pujante,
Que explora,
Que descobre
Que aflora,
E se abre,
E recebe,
E desejo.
E o beijo,
Que vem atento,
Agourento,
Molhado
E suculento,
Que geme,
Que queima,
Que dói,
E destrói,
Viola...
A volúpia,
Que penetra,
Que aprofunda,
Que aperta,
E geme, 
E acolhe,
Que anseia,
E engole,
E lagrimeja...
Êxtase
Benção
Maldição,
Entrega
E doação,
Músculos
Em brasa
E chamas de satisfação,
Contrai-se,
E goza.
Goza,
E grita,
E foge,
E se entrega
E respira...
Desperta.
E cadente,
Sublime,
E sente,
O momento,
Inocente,
Sem culpa,
Sem perdão,
Sem tempo,
E noção,
De tanto tesão,
E paixão
Limpa,
Sagrada,
Não importa!
Talvez
Profana,
Suja,
E quando o desejo chegar,
Da Luxúria...
Jamais fuja!

 

Diego Paouto
(Trecho de Beregueta e Lafayote)

Pecado Capital

Pequenos feixes de Luar entravam pelas janelas entreabertas, tornando possivel ver uma jovem parada, sozinha, no fundo do quarto. Era majestosa em sua estatura mediana, e parecia emoldurada por um manto de cabelo negros. As paredes erguendo-se à sua volta, de modo que parecia perdida entre as sombras. Estava perdida e não era um demônio, ou talvez fosse.

As manchas na sua blusa simples não eram falsas e nada tocara seu rosto perfeito, tão belo e finamente cinzelado quanto uma Virgem de mármore, com aquele cabelo servindo-lhe de véu negro. O homem deitado à cama acordou, piscando com a luz pálida, ergueu-se para vê-la, e quase se curva em uma reverência, admirado. Ele tinha cabelos negros, uma face radiante e pele morena. O Homem apaixonado. Dava quase vontade de aplaudir seu semblante luminoso, e seus brilhantes olhos pretos, como se tudo não passasse de uma ilusão magistral, quando na verdade ele era apenas um demônio.

Então ela viu, a face do demônio, flutuando na chama da vela acesa, seus olhos sem idade circundado por cílios escuros. Seus lábios inteiramente imóveis, e quando ela o encarou, ele pareceu sorri sem fazer o menor movimento. Olho-o com toda atenção, certa de que haveria alguma ilusão poderosa que ela captaria se ficasse concetrada.

Ele tinha ímpetos de agarrá-la, de sacudi-la  até que seu rosto imóvel seria obrigado a se mexer, a revelar sua canção suave. E subitamente ela estava colado a ele, seu braço circundando meu peito, seus cílios tão próximos que os via brilhar sobre a órbita incandescente de seu olho, sua respiração suave, inodora, contra a sua pele. Ela era o Pecado.


Ele estendeu a mão tocando seu rosto. Mas ela estava distante dele, como se nunca tivesse se aproximado, então recolheu os dedos e recuou por um instante. Novamente levantou-se o mumúrio daquela canção inarticulada. E ele viu nas trevas aquela garota mortal o fitando, ele se levantou inquieto, queria se aproximar em silêncio, atraído por ela e sem conseguir se controlar. Ela era bela demais, com seus olhos castanhos, muito intensos... Aquele olhar zombando dele , aquela vida consciente o desafiando. E sentiu o aroma de sua carne. Passado o momento de desorientação ele acenou para ela, que se aproximou, com olhar corajoso e excitado, chegando sobre a luz da vela.


Ela o havia visto, estava ali esperando-o, e ao se proximar soltou um gemino infantil. Na verdade parecia muito com uma criança, apesar de já ser mulher. Apenas uma leve ruga na carne tenra dos olhos, traía sua idade. Seu busto, era maravilhosamente moldado pela seda branca e transparente que lhe cobria o corpo, e seus quadris, apesar de estreiros, davam à saia longa uma angulosidade sensual. Quando chegou bem perto, pode sentir a alma dele se contraindo.

Ele a olhava com a cabeça inclinada pelo desejo. Ela não era irresistível? Ela falava com ele,  sua voz era suave, saltitante em sua dor. Tornava-a irresistível assim como o movimento de seu colo desnudo e da sua mão que flutuava. Ele ergeu seus cabelos negros e lentamente puxou o cordão da sua blusa. O tecido fino cedeu, as mangas escorregaram por seus ombros. Via-se  o pano caindo, deixando a pele pálida e imaculada pulsando sobre um coração, e os mamilos deixando o tecido escorregar precáriamente até chegar ao chão.

Ela mordeu os lábios, e um murmúrio excitado correu o ar quando seus seios ficaram a mostra. Ela tentou soltar o pulso, mas ele a segurou com força, ela sorriu e seu sorriso parece um suspiro de primavera.

Ele nunca tinha sentido aquilo, nunca o tinha experimentado esta entrega de uma mortal consciente. Mas antes que pudesse empurrá-la para seu próprio bem, viu sua pele de marfim, seus movimentos que pareciam uma dança suave, o suor que escorria pelo seu peito. Ela oferecia-se para ele, agora encostava seu corpo todo no dele. O Demônio deixou escapar um suspiro, mas ela se chegou mais, seu lábíos sobre sua pele morena, algo que deveria lhe parecer sujo e inapropriado.

Ele tentou recuar, mas absolutamente não se mexeu, seu braço exercia uma pressão firme, ele não conseguia largá-la, a vela dela ardia em seus olhos, ele sentia o calor do corpo dela, branco, liso, suave... Então ele mergulhou em seu corpo, seu sexo rijo encostando nela e , apaixonado, a ergue do chão. Onda após onda , as batidas do coração palpitante dela penetravam nele, enquanto, flutuando, ele se balançava com ela, devorando seu corpo, seu êxtase, seu prazer consciente. Há desejo, sexo e o calor do suor....
Em quem ele depoistaria sua paixão? Até para um demônio era impossível resistir a sua beleza.
E o nome daquele pecado era Luxúria...

Raio de Sol

Nunca fui uma pessoa muito crente,sou do tipo "homem de pouca fé".
Nunca acreditei em destino, nem em Deus ou no Diabo....
Também não acreditava em anjos da guarda, até conhecer você....
Sempre imaginei você como meu anjo de asas negras, aquele que me protege e me guia.
Anjo que mataria qualquer um para minha felicidade, até a si mesmo.
Hoje fui inundada por uma verdade... Além de meu anjo és meu Sol.
Sim meu Sol! A estrela mais brilhante, a que está presente todos os dias....
Mesmo em dia nublados, está ali... Entre as nuvens, esperando uma pequena brecha para se mostrar.
Chamo-te de meu Sol, porque é por sua causa que meu corpo se aquece todos os dias.
É você quem me faz sorri, no fim de cada tarde.... Mesmo que o dia não mereça nenhum esboço de sorriso.
És aquele que quando caia a noite, espera pacientemente a sua vez de brilhar novamente...
É você quem ilumina os dias escuros, e é por sua causa que eu acordo quase todas as manhã...
Algumas outras me deixa dormir até tarde...
Permanece quietinho, meio tristonho, ou encabulado por algumas nuvens pesadas.
És um Sol porque irradia luz e tem seu brilho singular.
És imponente, simples, puro, e forte em si mesmo...
E apesar de independente, possui muitas vidas que dependem de você...
És um sol, porque apesar de estar anos luz de mim, deixa com que eu te veja,
mesmo que chegar perto de você seja impossível.
És um sol porque as vezes está radiante, 
e outras está se escondendo no horizonte, adormecendo para um novo dia...
E em ambas, quando olho diretamente para você, meus olhos se enchem de lágrimas tamanha é a sua beleza.
E acima de qualquer outra coisa...
É o meu sol porque se você não existisse, eu morreria.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Meu Pior Desejo

Como é óbvio um demônio ter desejos, afinal com a queda descobri prazeres
Prazeres os quais me dão mais e mais tormentos, os quais já estou acostumado
Porém esse prazer não é como o gosto por batalhas sangrentas e deliciosas, com a carne dos inimigos sendo mastigada por minhas presas... Esse prazer em tela, me corrói, por ser o pior

Minha protegida, minha pequena mortal... meu pior desejo és tu, meu pior tomento és tua imagem
Desde o nosso primeiro encontro te vi como uma pequena criança que necessitava de proteção, atenção e cuidados... Eras e és uma jóia rara nesse mundo de desgraças e trevas a qual devia ser a minha mais dura e cortante missão fazer, e assim tem sido feito sem reclamação alguma de mim

Porém... minha mente cria tudo que és de mais vil e nojento com tua imagem doce e meiga...
Sinto-me excitado com tua presença, crio posições grotescas e me pego sorrindo quando dou por mim... Como teu corpo é belo, tantas perfeições, e a falta do contrário delas me enlouquece ainda mais... Me atiça e meu coração pulsa por te querer em minha cama...imagens da minha mente...

Tua intimidade se contrair e umedecer em meu membro grande e negro em minha forma demoníaca, e seu corpo estremecer diante de teu amigo e protetor enquanto és violada, sentindo um misto de medo e tesão... Tua pele roçando na minha, tão quente... Teu rosto corado... Teus seios balançando em um ritmo acelerado enquanto estoco mais e mais fundo dentro de ti...

Meu corpo sobre o teu, cavalgando feito um animal louco para ejacular dentro de sua fêmea, e em seguida tombar sobre teu corpo, gargalhando cansado e ofegante... O suor que pinga lentamente em seu rosto, contornando em seguida a mais pura beleza que ele tem a me oferecer... Tua respiração ofegante em compasso com a minha... E as imagens se apagam rapidamente

Me perdoe por pensar desse forma, Pequena Mortal... temos nossos respectivos amores verdadeiros, e não consigo respeitar isso... Eu preciso escrever tal coisa, pois nosso juramento de sinceridade e lealdade pede por isso... Então está trascrito e à mostra, meus desejos obscuros, meu pior tormento, minha pior desgraça... Eu te quero, eu te desejo, e mataria qualquer um por você...

E por isso, só consigo te dizer... PERDÃO!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Colombina às Avessas

Dizem que existe uma cidade perdida, escondida pelas catacumbas de Paris, nessa cidade secreta nada é o que parece ser e quase tudo é bonito de se ver. Se essa história se passasse na França, talvez ela fizesse algum sentido e ficasse um pouco mais parecida com o que realmente aconteceu; Mas no fim das contas sentido não é o que realmente importa. Desde que a alegoria seja entendida, o trabalho não é de todo perdido. Então que a história começe, seja ela coerente ou não...

Colombina amava o Pierrot que era Arlequim e desejava o Arlequim que era Pierrot. Um a completava em coração e o outro em paixão. Mas não é assim, senhoras e senhores, que a hístória começa; e se ela estivesse vos contando essa história, por mais imaginativa que fosse, não é tão inclinada aos recursos literários que começam pelo fim e terminam no ínicio, perdendo o meio pelo caminho. Portanto, meus caros, se ela pudesse interferir nesta narração - e pode, posto que é nela que concentra nossa atenção- começa-la-ia por algumas pequenas apresentações necessárias. Como é de direito, então, que assim façamos. Recomecemos...

Comecemos com a origem do mal de todo homem, desde que o mundo é mundo e Adão- também homem e de mente nem tão forte - se perdeu, levando com sigo todos de sua espécie. Falemos primeiramente daquela que é capaz de realizar os mais profundos de seus desejos apenas com palavras, a mulher...
Colombina era angelical - e permitam-me que descreva-a aqui com minha visão pessoal, visto que sou narrador e também personagem -, seu corpo endeusado; sua mente perspicaz e astuta, com seu cinismo meigo... Pierrot era o amigo tristonho porém fiel, que estava sempre ali pronto a ajuda-la; Arlequim o trovador galante, aquele que a fazia rir e que a seduzia com suas canções alegres de ninar. Pierrot a amava em segredo porém ela sabia, e Arlequim encantado e sedutor, era quem a envolvia.

Como era de se esperar - posto que nas histórias de romance o ser tristonho raramente é o escolhido - , Colombina entregavasse a Arlequim. Mas até nos casais mais felizes, brigas nunca deixam de acontecer, seja o romance qual for. E quando ela brigava com seu amante era ao seu amigo quem ela recorria. Até que chegou o dia em que apaixonou-se também, pelo tão seu Pierrot.

E é neste ponto, senhoras e senhores, que começa a queda de nossa Heroína - que discorda veementemente dos termos "heroina" e "queda", posto que heroina é quem realiza grandes feitos, e queda é para aqueles que agem de forma impensada. Nós mais uma vez lhe damos crédito, pois não há história de amor que funcione sem que pelo menos um coração se fira.

O amor de Pierrot a Colombina durou pouco. Mentira, o amor perdura. Mas foi guardado, e escondido. O amor de Colombina a Arlequim se desgastava um pouco mais a cada briga. Colombina se apegava cada vez mais a Pierrot, e se afastava de Arlequim. Mas esse impasse não duraria para sempre, então ela teve que escolher, a escolha é inevitável até em contos de fadas. Não seria, portanto, diferente em nossa história. Foi assim, senhoras e senhores, que ela se ergueu, feito o boa heroina que não era – ou recusava-se a ser. Escolheu ao Pierrot, tornando-se amiga de Arlequim.

Contudo não podemos esquecer, que essa história não terá sentido algum se não vista as avessas. Não está em mim, me retirar sem que tudo seja explicado. E nenhum bom conto - apesar de sem sentido -seria válido que seu real significado não fosse entendido. Se é que já não me entenderam, prestem atenção no seguinte. Nosso doce e melancólico Pierrot ainda era o mesmo amigo e companheiro, mas não era a alma de Colombia e sim sua luxúria. E em suma o Arquelim ainda era o mesmo, porém não o corpo mas o coração.
Por isso dizer-lhes-ei novamente, Colombina amava o Pierrot que era Arlequim e desejava o Arlequim que era Pierrot. E neste ponto chegamos ao final, que era início e foi repetido lá pelo meio.

Minha doce Colombina ama a nós dois, talvez porque não ame bem ou suficiente a si mesma. E eu, Pierrot, -peço desculpas por não ter lhes dado minha graça antes- bom amigo que sou, renego ao amor de minha menina, pois as avessas quem a merece é o galante Arlequim. Não porque não a ame, como já disse o amor perdura, e o meu por ela perdurará... Dou esse conselho, pois nossa história ainda não está acabada, e eu romântico e tolo como sou, ainda a amo mais que a mim mesmo. O amor dela a Arlequim é o mais saudável, e sendo eu além de amante, amigo. Sei que esté é o que deve durar...
Com este fim de história meio louca, faço minha mesura.
Tendo em mente, que essas palavras são as minhas últimas, dou-lhes apenas mais uma explicação;
Só abro mão do amor de Colombina, por que sei que eu apesar de apaixonado, sou apenas o seu pecado....

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uma Apresentação Necessária

Sou aquela que foi préviamente apresentada. Meu nome como já disseram não importa.
Apesar de possuir amigos imortais, não possuo a vida eterna... Nem desejo tê-la.
Sou apenas mortal, como todos vocês...
Nasci de um ventre que sangra, tenho um coração que pulsa, e um corpo que morre.

Sou uma pessoa comum. Não fui agraciada com grandes dotes...
Não possuo grandes atrativos, meu nome não lhe és conhecido.
Se um dia passares por mim, nem notará minha presença...

Apesar do meu nome não ser importante,
ainda há algumas coisas sobre mim que talvez devam saber...
Não sei fazer uso de palavras bonitas... 
Tenho algumas predisposições ao exagero.

Não gosto de sentimentos fúteis, e meus ouvidos estão fechados as verdades inventadas.
Não sinto prazer em batalhas sangrentas... Mas em uma, sou a primeira a erguer a espada.
Choro por cada alma que se perde... E luto por aquelas que ainda tem esperança...
Acredito em ideiais antigos, acho que Honra e Glória ainda são melhores que Dinheiro e Poder.

Possuo opniões formadas sobre quase tudo, e não sou aberta a argumentações quanto a isso.
Não tente entrar em minha cabeça, minha mente é somente minha...
Não é de facil acesso, nem tão pouco manipulável...

Não estou nesse mundo a muito tempo...
Se os anos fossem contados a cada primeiro dia de Lua  plena,
Hoje eu faria 210 anos...

Neste nosso mundo, é com essa idade que corações passam de inocentes a torpes...
E as almas são corrompidas facilmente, ao vislumbrar tantos novos prazeres...
Porém minha alma não é fraca, talvez frágil, mas nunca fraca...

Possuo um anjo da guarda, que se considera um demônio.
Se um dia eu passar por vocês e virem uma sombra sobre mim,
não se intimidem, são apenas as asas Dele.
Vocês já devem tê-lo conhecido, pois nessa caminhada é a ele quem eu sigo.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Primeira Página de um Condenado

Tempo... Eras... Momentos...
São coisas que passam em um piscar de olhos para mim
Afinal, eu fui um dos que criaram esse mundo... já fui uma criatura bela
Um Anjo Divino, tamanha majestosidade, tamanha beleza, tamanho poder

Mas os tempos agora são outros, já "trai" o Ser Supremo, e fui expulso do Paraíso
Já fui trancafiado no Abismo com meus semelhantes passando a eternidade jurando vingança
Vi as rachaduras de minha prisão se abrirem e por eles vários comigo conseguiram escapar
E roubei um corpo mortal e nele estou hospedando, pois a carne agora é minha nova prisão

E agora...? Você se pergunta o que eu, um demônio das profundezas faço no mundo dos mortais?
Ouça bem, por mais que esse mundo esteja corrompendo-se, ainda está melhor do que onde estive
Aqui posso promover pactos da onde tiro a fé dos mortais, a qual é meu combustível
Os mortais sempre se focam nos prazeres terrenos, o que torna mais fácil o meu trabalho

Mas não é apenas atrás disso que estou... tenho dois prazeres os quais não os troco por pacto algum
Batalhas... sim, batalhas! Lãminas criando faíscas, setas voando pelo céu, pedras derrubando muralhas...
Como é prazeroso cortar o inimigo em duas metades enquanto o seu sangue bate com força em minha face... a sede pela morte quase me seca por inteiro...

E meus irmãos de armas, meus amigos... Claro, que os tenho! Não é porque fui amaldiçoado por seu Deus, que quer dizer que sou um ser solitário
Nunca, nem nos tempos gloriosos de Pureza tive amigos os quais se preocupam e arriscam por mim...
Agradeço por isso, pois nesse mundo ou eu porporciono favores, ou sou mal visto por vocês, humanos hipócritas

Mas não meus amigos... todos se importam com meu tormento e fazem tudo para salvar-me
Em todas as batalhas estamos juntos, em todas as batalhas lutamos, em todas as batalhas nos ferimos uns pelos outros... e na última batalha, morreremos!

Quem são eles? Não importa, apenas uma a qual me segue nessa jornada de Escrituras... é apenas dela que precisas saber... Seu nome não é necessário, mas saiba que dentre todos meus amigos ela é a única
Mortal. A minha pequena protegida.