Esse blog fora necessariamente criado por duas pessoas que não necessitam contar seus segredos,amores, medos, alegrias e angústias mostrando seus respectivos rostos... Nós escrevemos da forma como vemos o mundo, em nossas mentes fantasiosas... Somos a Mortal e o Demônio, e sejam bem-vindos ao nosso refúgio.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Medo do Escuro
Quando eu era criança, eu tinha medo do escuro, assim como toda criança mortal, (dou certa ênfase ao "mortal", pois nunca conheci outra criança que não o fosse) que existe, existiu ou ainda há de existir tem. Aquele medo desnecessário e bobo, que não tem fundamento algum, ou que talvez até o tenha, mas que ainda assim deixam aquelas noites mal dormidas, e aqueles gritos sufocados no escuro.
Eu cresci... tenho mais de 200 ciclos da Lua... e ainda tenho medo do escuro...
Seu julgamento sobre isso, realmente não me importa...
Tenho medo do escuro! Não somente aquele medo infundado, ou não, sobre sombras que se esgueiram embaixo da cama, passos solitários, vozes no vazio, e mãos de um corpo sem forma que perceguem, agarram e sufocam...
Apesar de teme-las também, estou com medo de um escuro diferente, um escuro que cresce dentro de mim. Quando apagam-se as luzes, há um vazio e o silêncio se torna aconchegante e convidativo.... é a isso que eu temo.
A escuridão cresce dentro de mim, cada vez que magoo alguém que eu amo, ou lembro-me de minhas próprias mágoas. Meus fantasmas me perseguem, e não me refiro a visão quimérica, de uma pessoa macilenta, abatida e magra, que oferece o sonho ou a imaginação exaltada. Reviro-me aos meus pecados e meus traumas, por assim dizer...
Há, também, frustração sempre que falho quando tento, prepotentemente, conseguir a perfeição em algo inalcançável. Falha essa invitável, posto que é tipicamente mortal e assim o sou... e também facilmente explicada, tendo em vista perfeição é um dom que foi dado somente aos seres celestiais...
Mesmo não sendo perfeita, e facilmente inclinada a falha ainda assim não acredito no termo inalcançável, e isso não pode deixar de ser dito.
Frustração, também aumenta a escuridão que sufoca a alma e trás consigo uma sensação claustrofóbica...
E também o medo.... Medo...
Defeito das pessoas frágeis e mortais... Mas não exclusivamente nosso.
Defeito este que proporciona em mim, um cair de lágrimas e que nem meu cobertor, esse manto consagrado por todas as crianças como o protetor divino e impenetrável por qualquer mal, pode faze-las parar de cair. Lágrimas que despertam demônios, dos quais nem meu guardião, pode me proteger.
Eles rodam e gritam... Eu sufoco, choro, tremo e me encolho... eu sinto vc indo... percebo que ser eu, as vezes é o único problema... a máscara aumenta... e quando estou no ponto que antecede a loucura, eu grito. A luz se acende... Todos somem... Eles se calam...
Quando falo de luz, escrevo-a com "l" minúsculo pois falo sobre aquilo que ao iluminar torna os objetos visíveis. Eu jamais poderia falar sobre Luz, essa mais uma vez é uma característica que só pode ser atribuida aos seres celestiais... Eu sendo mortal, nunca poderia tê-la. E como só conheço os termos Luz e Escuridão, e tendo em vista que o primeiro, como já foi explicado e tenho certeza de que todos concordam, não possuo, falo talvez erroneamente, porém por falta de termo melhor, apenas sobre o segundo.
É esse termo... Escuridão... Que coloca as garras sobre mim...
O sorriso falso some... A coragem inabalável se abala, a fé nas pessoas se perde, ao mesmo tempo em que perco a fé em mim mesma. O medo de monstros provavelmente imagínários, também acontece. A pureza dá lugar ao desespero e todos sabem que esse é o que precede a loucura. Tudo isso, ao se apagar das luzes...
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